terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O caminho do meio.


Para quem conhece a filosofia budista, conhece esse termo “caminho do meio”, que é bem explicada quando lembramos do filme “O pequeno Buda”, onde Keanu Reeves faz Siddhartha Gautama, que deixa a vida de príncipe no castelo de seu pai, vida de fartura, para viver junto aos ascetas, homens que abdicaram tudo na vida e alimentavam-se com um grão de arroz por ano. Certa vez, Siddhartha estava sentado à margem do rio, e viu em uma canoa um velho músico que ensinava o aluno a afinar a corda de um violão. “Se você esticar muito a corda ela arrebenta, e se deixar ela muito frouxa, não tocará.”. Nesse momento, Siddhartha percebeu que o caminho certo era o caminho do meio. Não devia seguir a vida de riquezas, nem a vida de pobreza, tão pouco privar se de se alimentar. Porque estou contando isso? Não estou pregando o budismo, até porque nunca vi ninguém pregar essa religião, que segundo meu sogro, é mais uma filosofia do que uma religião, o que concordo de certo modo. O fato é que eu sempre uso esse termo na minha vida. Posso usar isso para tudo. É saber que existe uma linha, mesmo que tênue, que separa o que é exagerado, do quase inexistente. É a linha entre todos os extremos opostos. E porque não usar também na vida a dois, em relacionamento. Eu tive um namorado que era carinhoso demais, tive um que nem sabia o que era carinho. É um exemplo de relacionamento que posso citar aqui, porque esse não é um blog erótico, é mais um blog de opinião. Então, se só conheci extremos, como seria o homem do caminho do meio? Um homem que abre portas ao descer do carro? Que lhe puxa a cadeira para sentar? Não procuramos um homem educado apenas, ele pode até fazer o que citei acima, mas não é só isso que buscamos. É dar carinho, mas que não seja grudento. É ter ciúmes, nem que seja para que percebamos que ele se preocupa com a gente. É sair com a gente quando precisamos comprar presentes, e não chatear-se com isso, ao contrário, ele também procurar presentes para dar, e pedir sua ajuda para escolher, e quando menos perceberem, estarão escolhendo juntos, presentes não para quem deviam escolher, mas sim para si mesmo, já que são péssimos para ter foco no que estão fazendo. É passear no shopping, sem pensar que existe um propósito para isso. É ele lhe agradecer por participar da sua vida, mesmo que pouco, mas aquele seu rosto lhe confortar quando ele precisar ouvir um elogio, por mais que ele sempre receba de outras pessoas. Ele sabe que é importante, não só pra você, mas para as outras mulheres que sabem que ele é especial. E como dizer isso para ele, se ele já conhece a sensação de ser tão querido? Você não diz nada, ele sabe. Você sente cada vez mais vontade de passar um dia com ele, porque o dia é tão agradável, que você nem percebe que já é hora de voltar para casa, e ele lhe acompanha, te leva até o mais próximo que ele possa te levar, e faz piadinhas no caminho, para que você não fique nervosa por andarem por ruas vazias, quando começa a escurecer. Ele não te deixa sentir que ele também está com medo. Ele quer que você seja a pessoa mais segura do mundo, e que isso aconteça quando está com ele. Você se sente segura. Ele gosta das mesmas coisas que você. Ele também é apaixonado por filmes, histórias em quadrinhos, computadores, fotos, comidas, viagens, pessoas, entre outras coisas mais. Ele entende a sua paixão por máquinas fotográficas grandes e desengonçadas, só porque você gosta de parecer uma fotografa profissional, mesmo que seja amadora. Ele se preocupa em fazer você se sentir bem. E por mais que às vezes pareça que ele não pode te ver, ele sempre dá um jeito para que isso aconteça. Você gosta do cabelo dele, do cheiro dele, do olhar dele, do jeito que se veste, do jeito como fala e anda. Acha graça que às vezes ele pareça se importar em como você o vê, e você nunca acha que ele está sendo inconveniente. Ele nunca é demais. Ele sempre te anima, sempre te deixa com um sorriso no rosto. Ele é amigo, é um irmão. Ele é o homem do caminho do meio. Não precisa apertar demais, ou deixar a corda frouxa, o violão vai tocar, do jeito que deve ser. E se você soubesse que esse homem realmente existe? Nem sempre ele vem no tempo certo, da maneira certa, nem sempre ele é o homem certo. Eu sempre quis escrever sobre isso, mas eu acabo sempre devaneando, e deixando que minha imaginação voe longe, mas, é disso que vivemos, de imaginar. Hoje meu post é para pensar. Você achou o seu caminho do meio no amor? Se a resposta é não, vamos continuar procurando, ou ele nos achará.

4 comentários:

  1. Meu Deusss eu quero esse homem tambem...uíiiii Você escreve e descreve bem, parabens.

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  2. nunca achei ninguém que prestasse quando procurei. acho que a grande verdade é esta: ele nos achará (quando o mágico é que, ao mesmo tempo, nós o acharemos).

    e concordo com você, acho que a vida, de certa maneira, nos mostra um caminho do meio. também já tive uma relação em que me sentia deixada de lado, sem carinho, trocada por "n" outras coisas, rebaixada e insegura. o relacionamento seguinte foi o extremo oposto: eu é que estava desencanada (até demais, aparentemente), enquanto ele era só elogios, presença, mimos, carinhos, visitas, recados, ligações, risadas e minha auto-estima lá no céu. não sei direito dizer o que deu errado... mas a rotina, acredito, nos fez mais amigos que namorados.

    a primeira experiência me machucou demais, mas me deu mais noção de como agir (embora razão e sentimentos não sejam necessariamente conjugados). já a segunda, deixou saudade de como era sentir a certeza de ser admirada e adorada...

    vai entender...
    e, mais, vai saber o que a vida ainda aguarda...

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  3. Obrigada!
    Esse texto apareceu na minha vida no momento certo :)

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