terça-feira, 28 de setembro de 2010

Assista: BBC - Cleopatra portrait of a killer.

 
Documentário da BBC que narra o trajeto dessa rainha do Egito, que tomou o trono após a morte de seu pai, e não quis dividi-lo com seus outros três irmãos. Seguindo a tradição, ela deveria casar-se com seu irmão, Ptolomeu XIII,  de quinze anos, para continuarem o reinado da família. 

Nessa época, Cleópatra tinha apenas 18 anos.  Roma dominava a todos, e o Egito deveria se decidir entre lutar ou se render ao seu poder. Ela queria ser amiga de Roma, mas seu irmão discordava, e era apoiado por sua irmã mais nova, Arsinoe. Os dois achavam que era hora de enfrentar Roma. Foi quando os irmãos entraram em guerra, e com o povo o apoiando, o rei expulsou sua esposa do reino. Ela então pede ajuda a Julio Cesar, amigo de seu pai, o qual deixou escrito em seu testamento que se houvesse um conflito sobre sua sucessão, Roma deveria ser o juiz imparcial.   Julio Cesar chega então ao Egito com uma pequena frota, para mediar a briga em familia.

Cleópatra sabe que tem que chegar até o general romano antes de seu irmão, e decide seduzir Julio César, entrando escondida em seu quarto, enrolada em um tapete e o seduzir. Nessa época, César tinha 52 anos, e ela 22. Ao ir para a cama com ele, ela estava traindo seus irmãos e seu país. Ptolomeu a viu na cama com César, e saiu correndo, gritando ao povo a sua traição. 
Tropas leais aos seus irmãos preparam-se para lutar e cercam o palácio onde Cesár havia montado seu quartel general. Para impedir a guerra, César toma Ptolomeu e Arsinoe como reféns. Cercado no palácio, César não conseguiria chamar reforços, e tomando uma medida desesperada, ele mandou incendiar os navios do cais, para distrair a população. 

O fogo tomou conta das casas mais próximas do cais, e isso fez com que o povo deixasse o palácio para tentarem salvar suas casas. César correu com o seu exército para o cais, e foi até a sétima maravilha do mundo antigo, o farol de Alexandria, para avisar os navios sobre os recifes. Quem controlasse o farol, controlaria a entrada em Alexandria. 

Enquanto isso, Arsinoe conseguiu fugir do palácio, e os rebeldes a proclamam rainha, para conduzí-los na revolta contra César e Cleópatra. Arsinoe mandou seu próprio exército para a ilha, onde César estava com sua tropa, e foi pego desprevinido. Romanos e egípcios lutaram, enquanto César nadou para salvar sua vida. Ele quase morre afogado, por tentar nadar com sua armadura, mas ao tirá-la, consegue nadar por mar aberto.  Ele se salva e volta para o palácio. O herói de Roma havia sido derrotado por Arsinoe, e o farol de Alexandria se tornou símbolo de sua famosa vitória. Quando o manto de César foi içado nos muros do Egito, ficou claro que ela havia humilhado o império de Roma. Os rebeldes começaram a brigar entre si, e nesse momento, César trouxe um reforço da Síria. Ele teve seu contra ataque. Ele havia prometido a sua amante, lhe devolver o trono e estava na hora de honrar sua promessa. 

Ptolomeu foi perseguido pelas tropas romanas, e acabou afogando-se com a sua pesada armadura de ouro, tentando escapar pelo Nilo. Ela não precisou derramar seu próprio sangue para vencer a primeira etapa da reconquista de seu império. Arsinoe foi feita prisioneira. César havia vencido, mas não assumiu o Egito, ele colocou Cleópatra no trono novamente. Pela tradição, ela teria que se casar com seu último irmão sobrevivente, que tinha por volta de 12 anos de idade. Arsinoe havia sido levada acorrentada para Roma, prisioneira de César.

A rainha Cleópatra e sua irmã Arsinoe.
Para comemorar seu triunfo sobre o Egito, César promove um desfile de prisioneiros egípicios capturados em Alexandria. O costume era deixar o prisioneiro principal no final do desfile e estrangulá-lo até a morte.  Atrás dela, seguiu uma maquete do farol de Alexandria em chamas, usado para humilhá-la no que seria o símbolo de sua vitória. 

Mas o povo que assistia ao desfile, não via uma rebelde, só uma jovem, acorrentada e desesperada, e por esse motivo, sua vida havia sido poupada. Foi quando ela foi banida para Éfeso, hoje a Turquia. Foi levada até o templo de Artemis, outra maravilha do mundo antigo. 

Dois anos depois, Julio César morria esfaqueado.  Com sua morte, não havia ninguém que pudesse impedir a ambição de Cleópatra, de ser a única rainha. Algumas semanas depois, ela mandou matar seu marido e último irmão.  O império romano tinha um novo governador, Marco Antônio. O poder estava centralizado em Éfeso, onde Marco Antônio havia gasto tudo que tinha em uma vida desregrada, deixando-o falido. Ele tinha inimigos por todos os lados, e suas guerras eram caras.

Foi quando ele se interessou pelas riquezas do Egito. Ele marcou um encontro com a rainha, mas ela se fez de dificil, negando o encontro. Mas um dia apareceu no local do encontro. Seu interesse por ele era tão somente chegar até sua irmã, e ele só queria as riquezas de seu país. Passaram então um ano, promovendo banquetes um para o outro, e ela não o deixando só uma vez. Eles caçavam, bebiam, jogavam juntos. E armaram então um plano para assassinar Arsinoe, arrastando-a para fora do templo e a matando brutalmente. Foi considerado o maior crime da época, devido ao significado do templo e da brutalidade do ocorrido.

Onze anos depois da morte de Arsinoe, Cleópatra e Marco Antônio tentam assumir o controle do império romano, mas suas tropas foram aniquiladas. A rainha então, não teve outra alternativa a não ser acabar com a própria vida, ao ver seu império ser tomado. Ela não havia pensado que ao eliminar seus irmãos, estava acabando com os sucessores no trono, deixando caminho livre para Roma. Ela achou que estava usando César e Marco Antônio, mas ela acabou transformando seu país em província do império romano.


A possível ossada da princesa Arsinoe.
O Documentário se desenrola em torno de um esqueleto que é descoberto em uma tumba em Éfeso, hoje Turquia. Nos limites da cidade não era de costume a construção de tumbas, e as quatro que haviam sido encontradas até então, eram de quatro homens importantes da história. Assim que descoberto, nota-se que se trata de um esqueleto feminino, jovem, e os primeiros arqueólogos, lá deixaram o esqueleto, não vendo importância devido as suas dimensões. 

Até uma arqueóloga encontrar a tumba, enquanto escavava ruínas romanas. Era uma tumba octagonal, na rua mais importante da cidade, e essa arqueóloga pesquisou na história, se poderia ter existido alguém que pudesse ter sido enterrada nessa tumba tão fora do comum. Foi então que ela encontrou em relatos romanos, o violento assassinato da princesa Arsinoe, irmã de Cleópatra. 

Esses relatos, foram escritos 300 anos após o suposto assassinato de Arsinoe, e não se sabia até onde era lenda, ou verdade. Se esse esqueleto fosse realmente dela, seria a primeira vez que alguém da família de Cleópatra havia sido encontrada. As análises dos ossos continua sendo feita por um especialista, que consegue identificar que o esqueleto é de uma mulher jovem, e através da datação de carbono, consegue-se chegar a uma data próxima da existência de Arsinoe. Mas havia um problema, a parte mais importante estava faltando: o crânio. 

Descobriu-se então, que os primeiros arqueólogos que estiveram na tumba, levaram o crânio para a Alemanha, que acabou se perdendo no caos da segunda guerra. Mas antes de desaparecer, um arqueólogo registrou suas dimensões. E notou que o formato desse crânio lembrava de outros que já havia visto antes no Egito. Fotos e medidas descritas por ele, foram encontradas e entregues para um equipe de reconstrução facil inglesa. Que reconstruiram o crânio em realidade virtual, e confirmaram pertencer a uma jovem mulher.

De volta a tumba, uma peça dela havia sido enviada para Viena, colunas que pareciam feixes de papiro egípcio, onde provavelmente eram acesas tochas. Os arqueólogos então, uniram 170 pedaços da tumba em ruínas e conseguiram reproduzir como ela seria, scaneando cada peça e remontando no computador. É quando a arqueóloga que leva a pesquisa adiante, nota a semelhança da tumba octagonal, com o topo do farol de Alexandria.

Através da imagem em 3D do crânio, foi possível imprimir em 3D uma réplica de como ele seria. Através dele, foi possível confirmar que a familia delas não provém da Grécia como antes imaginavam, mas sim da África. Isso tudo através do formato do crânio. Sua família tinha sangue europeu, mas também africano.

Depois de ver esse documentário, a gente passa a ver que além de bela, dissimulada e corajosa, essa figura tão lendária, pode ser também uma mulher de sangue frio, que lidou com todos os obstáculos para chegar até o reinado absoluto, mas que sucumbiu a sua própria ganância.

Produzido em 2009, com 59 minutos. Muito Bom! Recomendo pra quem gosta de história e documentários.

Nota: 8

domingo, 29 de agosto de 2010

Karatê Kid 4: é sobre kung fu!

Jaden Smith, mostrando que tem elasticidade.
Acredito que a essa altura do campeonato, você já está sabendo que está nas telonas de todo mundo, o novo filme de Jackie Chan "Karatê Kid" (The Karate Kid), onde o novo Daniel San é Jaden Smith, o pequeno pupilo e filho de Will Smith e Jada Smith (a capitã Niobe de Matrix). Aliás, são os papais Smith que assumem a produção do filme, que teve cenas gravadas na China. Por mais que não tenha o número quatro (ou Part IV, como eram os anteriores), ele é assumidamente um remake (regravação) do original de 1984, esse agora dirigido por Harald Zwart. Mas, se você acha que esse post é porque estou contente com o remake, ou querendo propagá-lo, engana-se jovem gafanhoto. Esse post é de descontentamento.


E não é que ele tem mesmo elasticidade?
Cenas gravadas em cenários reais e maravilhosos, até vai. Gastar 40 milhões nesse tipo de filme que já não posso entender. Sem efeitos, só lutas. Ok, eu não assisti ainda, e minhas críticas podem vir ao chão, assim que ver o filme, mas até lá, essa é a minha opinião. Papai e mamãe estavam lá, sempre de olho no garotinho, que já trabalhou com seu pai em "A Procura da Felicidade". Esses dias assisti uma reportagem sobre o filme, na Cultura, e foi lá que eu ouvi que, diferente dos outros filmes da franquia Karate Kid, Jaden parece ter seus movimentos ensaiados (parece?). Bem, quem disse isso não deve conhecer a história de Jackie Chan, que literalmente parece dançar lutas, e eu adoro isso!

Jaden e Jackie
Não podia deixar de colocar essa foto. Ele de trançinha fica bem melhor não é? Sinceramente, por mais que tenha o dvd do "A Procura da Felicidade", ainda não tive coragem de ver. Will Smith em um drama não me anima muito. Mas, um dia eu tomo coragem. Jackie não é o Sr Miyagi mais novo, como algumas pessoas chegaram a pensar, ele só é o Mr Han, o zelador do prédio do jovem Jaden, e mestre na arte do Kung Fu. 

O personagem de Jaden (Dre Parker) até sabe um pouco de Karatê, mas que não ajuda ele a se defender de uns garotos problemas no colégio, é aí que entra o Kung Fu. A história até lembra o filme de 1984, onde Daniel Larusso (conhecido como Daniel San) se muda com a mãe para outra cidade, conhece uma garota e enfrenta problemas com o ex namorado dela e sua gangue. Ele então recebe a ajuda do mestre em karatê, o Sr Kesuke Miyagi, que não é japonês (porque é de Okinawa). No remake, Dre muda-se juntamente com sua mãe para a China, conhece uma garotinha por quem se apaixona e se mete em encrenca com os garotos que sabem lutar. Entra então o Mr Han, que o ensina como lutar kung fu. Parece né?

Sr Miyagi fez parte da minha infância.
A cena tradicional do Sr Miyagi pegando moscas com hashi, foi substituida por bom humor e modernidade. O Mr Han tenta pegar a mosca inicialmente com hashi, mas, acaba matando a danada com um mata mosca de plástico mesmo.

Quem se lembra do famoso "encera o carro, pinta o muro"? Palavras daquele velho senhor japonês, opa, de Okinawa, que cultivava bonsais e morava pacificadamente em um bairro nada pacífico.

Até porquinho da índia pode atuar nessa franquia.


Qualquer dúvida ou curiosidade, assista para saber se as alterações na história fazem ou não uma grande diferença. Ainda não consegui entender (nesses meus 29 anos de vida), porque fazer um remake e mudar a história. O Will Smith quis usar a história de um filme que fez parte de sua infância, e modificar, como se dissesse "Ah, Karate Kid é um clássico, mas vamos mostrar que o karatê não tem nada a ver, e o Kung Fu que está em alta nos dias de hoje!". Vai entender...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Gustav Klimt, o Nelson Rodrigues das telas!

"O Beijo" - 1907-1908
Se você nunca ouviu falar em Gustav Klimt, vai saber quem é ao descobrir quem é o artista por trás de um dos quadros mais conhecidos de todos os tempos, a tela ao lado, "O Beijo". Nascido em Viena, em 14 de julho de 1862, ele foi um pintor considerado simbolísta. Estudou em escolas de artes, teve dois irmãos também pintores e chegaram até a fundar uma companhia de artes. 

Destacou-se no movimento Art Nouveau austríaco e foi um dos fundadores do movimento da Secessão de Viena. Foi membro honorário das universidades de Munique e Viena. Entre suas obras ele possui pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte.

Foi um homem apaixonado, além da arte, por mulheres, e quantas mulheres ele amou... Eram a sua maior inspiração para suas obras. Passou por diversas fases, até chegar a fase dourada, onde usava e abusava de folhas e pó de ouro em seus quadros. Usava técnicas que até hoje não foram descobertas. 

"O Beijo" é um quadro tão visitado que os especialistas não conseguem tirá-lo de exposição para desvendar seus mistérios. Existem detalhes em alto relevo, que desconfiam que foram feitos de algum material como gesso, e após isso, recoberto com uma folhas de ouro, mas é só teoria.

No detalhe do rosto feminino.
Originalmente o título do quadro era "Os Amantes", mas que foi alterado depois. Ele apareceu pela primeira vez em uma exposição, e não era da maneira que o conhecemos hoje. Ele estava inacabado. 

Muitos detalhes foram incluídos quando a exposição terminou, como o manto do homem, flores na manga do vestido da mulher, mais flores e mais cores. Alguns quadros de Klimt eram assim, feitos por etapas. Até hoje existe a discussão de quem seriam os dois modelos do quadro. Muitos dizem que o homem é o próprio Klimt, e que a mulher é uma de suas amantes, Emelie. 

Algumas de suas outras amantes ou modelos, alegaram ser a mulher desse quadro, mas nenhuma até hoje foi confirmada. Fica o mistério de que ela realmente seria. Muitas simbologias foram teorizadas nas obras de Klimt, como as formas geométricas adotadas. No manto masculino, vemos formas mais retas, como quadrados e retângulos, o que remete ao masculino, e no manto feminino, formas geométricas mais circulares e flores que a adornam. Klimt exaltava muito a mulher em suas obras, e toda a sua feminilidade.

Como toda obra controversa, muitos dizerm que o homem toma a mulher em seus braços, sendo ela submissa. Outros dizem que Klimt quis mostrar uma mulher que diz não ao homem, que mostra sua vontade, virando o rosto para o sexo oposto e o afasta, com sua mão. De uma maneira ou outra, todas as vezes que vi esse quadro, pensei ter notado que a mulher encontrava-se em uma posição desfavorável, por estar a beira de um penhasco, com os pés contraídos e de rosto virado para o homem que tenta lhe beijar. 

Ele chegou a fazer algumas obras com o mesmo tema (abraço entre homem e mulher), e alguns esboços. Dizem que ele mesmo não possuía  intimidade mais sentimental com suas amantes, e talvez, por sentir falta, ou não entender a falta dela, tenha criado tantas obras com casais mostrados quase sempre em posições diferentes  de abraço, na maioria, mais próximo de um abraço sexual do que um simples abraço. Existem várias teorias em torno dessa obra, e teria de ficar muitos posts aqui para me aprofundar mais, mas hoje não é dia de "O Beijo", é dia de Gustav Klimt. É dia de você saber mais sobre esse artista.

"As três idades" - 1905
 Nessa mesma exposição, Klimt apresentou esse quadro, que segue uma linha semelhante de alinhamento e estilo. "As três idades" marca as três fases de uma mulher, a velhice, a juventude e a infância.

É um quadro um pouco mais sombrio, mas consegue transmitir a tranquilidade da criança, a vitalidade da jovem e a tristeza da senhora de idade. 
Klimt conseguia traçar em suas obras linhas que tornavam a pele do modelo jovem, ou com idade avançada. Esses traços ele usou em diversas obras, onde retratou a morte e doenças.
No detalhe






No detalhe: Klint adorava retratar mulheres, ainda mais ruivas. Traços realistas, formas geométricas, indicações de divindades femininas, são todos sinais de uma obra de Klint, nessa fase dourada.






"Gold Fish"
1901 - 1902






Mais uma vez retrata ruivas e mulheres bem a vontade. A modelo desse e do quadro abaixo são a mesma mulher, que não me recordo agora o nome. Ela era sua musa e uma de suas amantes. Klimt conseguia captar olhares e trejeitos de cada uma e transformá-los em detalhe único em sua obra. A sensualidade vai além dos olhos, através da expressão do corpo e suas bocas entreabertas.


"Dânae" - 1907 - 1908







A chuva dourada que escorre por entre as pernas dessa mulher, segundo Klimt, é Zeus, disfarçado de chuva de ouro, fertilizando essa mulher.

Formas geométricas e ruivas...ouro! Klimt!





"The Beethoven frieze" - 1901 - 1902

 Essa é uma pintura na parede externa de um palácio em Viena,  homenageando Beethoven. O mural todo é conhecido como "O friso Stoclet". Dividiram uma obra do compositor, e Klimt desenhou cada passagem dela com a representação que lhe veio a mente.

Outras obras foram encomendadas e devido ao teor erótico, foi visto como mau gosto, e retirado de exposição de uma universidade. Klimt devolveu o pagamento e alguns anos depois as obras foram queimadas.
Gustav Klimt


Sorriso infantil, mente criativa: Klimt!
Klint morreu em 6 de fevereiro de 1918, acometido de um derrame. Seus quadros hoje, valem milhões e conhecer um pouco deles, é considerado de bom gosto, apesar do teor erótico que eles carregam. Espero que esse post tenha te incentivado a buscar mais sobre obras de arte, e ainda mais desse grande artista. Cultura sempre é bom!

Existe um filme sobre ele, estrelado por John Malkovich, "KLIMT". Ainda não vi, mas vale a pena procurar para ver. Se conseguir achar e assistir, comento aqui.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vapt vupt dos filmes da semana, até agora:

Avatar: Finalmente consegui assistir esse filme, mas não foi 3D, foi no computador mesmo, mas pelo menos assisti, certo? Vamos a história: "Na distante lua Pandora, um herói relutante embarca em uma jornada de redenção e descoberta, liderando uma batalha heróica para salvar a civilização. O filme foi ideializado por Cameron há 14 anos, quando ainda não existiam meios para concretizar suas idéias. Agora, após quatro anos do trabalho de produção real, Avatar, nos proporciona uma inovadora experiência de imersão total no cinema, em que a tecnologia revolucionária que foi inventada para realizar o filme se dilui na emoção dos personagens e na história arrebatadora." Essa é a pior sinopse que eu já vi na minha vida! Tá certo que eu não devia propagar essa porcaria, mas eu precisava meter o pau nela em algum lugar. É o tipo de sinopse que quase não fala do filme, só paga pau para o diretor...
Ok, vamos ser sinceros? Temos que pagar pau para o Cameron. Porque? Olha o histórico do cara! Ele dirigiu Exterminador do futuro I e II, Aliens, True Lies, entre outros. Só filme "titânico"! Ele teve a capacidade de escrever e dirigir essa bela história. Porque a pagação de pau? Poxa, sem querer comparar, mas já comparando, Tolkien foi considerado um gênio por criar todo um mundo, uma lingua. E qual a diferença entre "Senhor dos Anéis" e "Avatar"? São mundos criados, um povo, um idioma, uma cultura. O filme em si, não tem nada demais. Tem uma boa história, uma boa qualidade de efeitos, e um bom diretor, a inovação está exatamente no fator da criação total, e Cameron ser o pai dos Navi!
Temos que respeitá-lo, e não sei ainda se foi justo ou não o filme "Coração Louco" ter ganho o oscar no lugar de "Avatar", porque ainda não o assisti, mas entre um mundo novo e lindo e uma história de um cantor de country, aparentemente, o filme de Cameron parece ter mais enredo e ser mais interessante.
É mais um filme de extraterrestre que me faz ter vergonha de ser humana, assim como já comentei no filme "Distrito 9", que coincidentemente, foi produzido por Peter Jackson, o mesmo diretor de "Senhor dos Anéis". O mundo do cinema dá voltas...
Posso ter odiado a história de Jack e Rose em Titanic, mas respeito os detalhes que o Cameron reconstruiu no navio e no seu acidente. Assim como em Avatar, temos que respeitar sua visão, seus personagens e sua ambição. Existem planos de continuação, para Avatar 2, em 2013. Podemos imaginar que os vilões (nós), irão tentar novamente destruir um planeta alheio, para ganhar sempre vantagem, sem se preocupar em manter a vida do planeta. Fizemos isso com o nosso planeta, porque nao com o alheio? 
Faltou comentar sobre o elenco. Sam worthington estava lá! E sinceramente? Me supreendi com o rapaz. Não vou elogiar sua atuação, que não é pra tanto, mas o trabalho de emagrecer a perna dele, poxa! Não sei se foi efeito, se foi real. Mas se Christian Bale emagreceu mais de 20 kilos para compor um personagem em "O operário", porque Sam não poderia ter emagrecido as pernas? Bem, sabe-se lá! A melhor atuação dele até hoje, na minha opinião, mas, salvo dizer que suas melhores expressões faciais se deram maquiado, e modificado por computação gráfica, como Navi....só assim para criar expressões. Mas o filme é bom. Vale a pena. Não parece que são quase três horas.

Nota: 8


Salt: Filme estrelado pela nossa adorada Angelina Jolie, veja a sinopse alheia: "Antes de se tornar agente da CIA, Evelyn Salt (Jolie) prestou juramento de servir e honrar o seu país. Ela colocará o seu juramento em prática, quando um desertor russo a acusa de ser uma espiã russa. Salt foge, usando todas as sua habilidades e anos de experiência como agente infiltrada para conseguir escapar dos seus inimigos, proteger o seu marido e fugir dos seus colegas da CIA."

Jolie começa o filme loira, e graças a deus passa a ficar morena depois, fica bem melhor! Bobeira a parte, apostei com uma amiga que já tinha visto o filme, em quanto tempo eu matava a história. Em um minuto e trinta segundos, matei a charada. O filme é legal, ela está super heroína, praticamente a versão feminina do James Bond. Na verdade, pelo que fiquei sabendo, esse papel era originalmente de um homem, chamaram o Tom Cruise pra fazer, mas ele rejeitou, porque não queria sua imagem associada a outro personagem como o da trilogia do "Missão Impossível", Ethan Hunt. Ok, ele rejeitou? Angelina aceitou! Bom pra gente! Adorei! Um misto de Lara Croft com aquela guria de "O procurado" (que ainda não vi inteiro), mas pelo que pude ver, parece. Uma personagem forte, como Taranta teria feito, e uma história de espionagem que gosto de ver. Desde "As Panteras", eu tinha me decepcionado muito com espiãs, mas esse filme devolveu a minha felicidade sobre esse esteriótipo. Posso dizer esteriótipo sem ser perjorativo? Enfim... por mais que tenha matado o filme no começo (por favor, alguém tem algum desafio de verdade pra mim? tenho matado todos os filmes logo no começo e já está perdendo a graça),  o enredo se desenvolve muito bem. Bons efeitos, bons atores e bom tempo gasto. Assista!


Nota: 8

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Filmes que vi nos últimos dias:

Olá meus "leitores"! Desculpe pela ausência, mas muita coisa tem acontecido comigo ultimamente. Esse post tem dois meses de filmes vistos e acumulados, mas não são muitos, portanto colocarei em um só post. Vamos lá!
 
Prince of Persia - The Sands of Time: "Dastan (Jake Gyllenhaal) é um menino de rua da Pérsia no século VI. Após mostrar coragem em um mercado, ele é adotado pelo rei como o seu herdeiro. Quinze anos depois, Dastan se junta à Princesa Tamina (Gemma Arterton) para resgatar as Areias do Tempo, um presente dos deuses que controlam o tempo, das mãos do vilão nobre Nizam (Ben Kingsley)" CtrlC + Ctrl V, mais uma vez.
 
 Jake Gyllenhaal se empenhou para o papel. Algumas pessoas brincaram que agora ele tirou a imagem que tinha criado com o filme "O segredo de Broukback Mountain".
O que achei: Baseado no jogo de mesmo nome, quem já jogou garante que é muito fiel a história. O filme começa com uma cena onde Dastan corre pelas ruas da cidade, pulando de telhado em telhado, cenas que existem também no jogo. Quando vi essas cenas pensei, "O le parkour foi criado pelo principe Dastan!", mas não é que um especialista fez as cenas? Dizem que foi o próprio Jake na maioria das cenas, e que foi assim que ele ganhou essas curvas. Bem, a história é legalzinha, o elenco é legal, dá pra perder quase duas horas de filme. Talvez não tenha me empolgado tanto por eu não conhecer a história original, mas, como filme e entretenimento, vale a pena ver. Bons efeitos especiais.

Nota: 5
 
 Invictus é um poema britânico de 1875, escrita por William Ernest Henley e, 100 anos depois, tornou-se parceiro de Nelson Mandela na prisão de Robben Island, onde cumpria pena de trabalhos forçados. “Não importa o quanto é estreito o portão e o quanto seja repleta de castigos a sentença, eu sou o dono do meu destino e capitão da minha alma”, diz o poema, que Mandela lia para não enlouquecer. O filme dirigido por Clint Eastwood, que pelo jeito adora dirigir um filme sobre esportes. 
Além de amar o rugby, e ser jogadora, também gostei desse filme por ver como uma pessoa pôde unir um povo, dividido por cores, através de um esporte elitista e que por si só separava um país. Está certo que até hoje, na Africa do Sul, o rugby é um esporte de brancos, ou pelo menos adorado mais por brancos, mas ainda assim, uniu um povo, e o filme é lindo de se ver.
Passei a admirar muito o Mandela. Ele é um homem de visão, paciente e bondoso. É realmente difícil de se conseguir entender, como alguém que passa tanto tempo preso, possa não guardar recentimentos. Assista, você vai aprender sobre história, sobre pessoas e sobre esse homem que ainda vive e que tem tanto para nos ensinar.
Um time que vinha perdendo jogos atrás de jogos, que não tinha em suas arquibancadas o seu povo e que só tinha um jogador negro, consegue ganhar a copa do mundo de rugby, com apenas algumas conversas de Mandela com o capitão do time, Francois Pienaar (Matt Damon), que consegue transmitir para seu time a garra de ganhar pelo povo que eles pouco conheciam. É aquele tipo de filme que arrepia nas cenas finais. Vale muito a pena ver. Recomendo. As cenas são muito fiéis ao que realmente aconteceu. Roteiro de Anthony Peckham, baseado em livro de John Carlin.

Nota: 9,5
Shrek para sempre: "Depois de várias aventuras, Shrek virou um homem de família. Ao invés de ficar assustando os moradores locais, agora, o ogro verde vive dando autógrafos. Mas o que aconteceu com o valente marido de Fiona? Pensando no passado, quando realmente se sentia como um ogro, Shrek assina um contrato com o falante Rumplestiltskin, que resulta em uma tragédia. Sua vida muda completamente, ele passa a viver em mundo que é o oposto do Reino Tão Tão Distante, em que os ogros são caçados. Além disso, ele e Fiona perdem seus postos, já que Rumplestiltskin toma os seus lugares ao se tornar o rei. Agora, só Shrek pode desfazer seu erro, salvando seus amigos, sua terra que corre risco e mostrar a sua esposa Fiona que realmente a ama."

Filme bom, engraçado. Achei melhor que o terceiro. Tem algumas cenas que a gente ri, e para, ri e para. Como por exemplo, o garotinho com cara de homem grande falando: faz um urro! Só vendo para saber. Mas gostei do filme. Assista pra saber como seriam os personagens que a gente já conhece, se eles não se conhececessem.

Nota: 7

Stardust: "O jovem Tristan (Charlie Cox) tenta conquistar o amor da bela e fria Victoria (Sienna Miller) indo em busca de uma estrela cadente. A jornada o leva a uma terra esquecida e misteriosa além dos muros da cidade. Nessa odisséia, Tristan encontra a estrela, que se transformou numa garota fascinante chamada Yvaine (Claire Danes).
Mas Tristan não é o único à procura da estrela. Os quatro filhos vivos de um rei (Peter O'Toole) - sem falar dos espíritos de seus três irmãos já falecidos - competem pela estrela na disputa pelo trono. Tristan também terá de enfrentar a feiticeira má Lamia (Michelle Pfeiffer), que pretende usar a estrela para recuperar a juventude.
Ao lutar para sobreviver a todas essas ameaças - encontrando pelo caminho um pirata, o capitão Shakespeare (Robert De Niro), e o suspeito negociante Ferdy, o Receptador (Ricky Gervais), Tristan vê sua missão mudar: ele precisa ganhar o amor da estrela, agora que descobriu o verdadeiro amor.".
Robert De Niro como um afeminado pirata é muito engraçado.

É um filme que parece ter saído de sonhos meus. Aliás, dos meus livros, que são fruto dos meus sonhos. É uma idade média, misto com magia e humor. Muito bom. Adorei. É um filme que vi na tv, diferente dos outros que vi em dvd ou no cinema. Quando saiu nas telonas eu não fiz questão de ver, não sei porque, mas não me arrependo agora de ter assistido. Engraçado, poético e bem bolado. Só podia ter saído da cabeça de uma pessoa bem imaginativa como o Neil Gaiman, já que é baseado no graphic novel dele e de Charles Vess. Recomendo.

Nota: 8,5

Lua Nova: "Logo após Bella completar 18 anos, Edward decide deixá-la para trás em um esforço para protegê-la. Com uma tristeza inconsolável, Bella atravessa seu último ano de escola dormente e sozinha e descobre que ela pode chamar a imagem de Edward sempre que se coloca em perigo. Seu desejo em estar com ele a qualquer
custo a leva a assumir riscos cada vez maiores, incluindo um novo gosto por passeios de motocicleta em alta velocidade. Quando Bella perambula sozinha em um prado, ela se vê cara a cara com um mortal adversário. Apenas a intervenção de uma matilha de lobos extraordinariamente grandes a salva de um terrível destino e o encontro torna assustadoramente claro que Bella ainda está em grave perigo. Em uma corrida contra o relógio, Bella descobre o segredo antigo da tribo Quileute e a verdadeira motivação de Edward para sair de sua vida. Ela também enfrenta a perspectiva de uma reunião com seu amado, que acaba sendo muito diferente e mais perigoso do que ela esperava.".

Como imaginei, é como o primeiro: filme água com açúcar. Historinha bonitinha, o lobisomen é mais bonito e mais emotivo que o vampiro, ambos lutam pela mesma garota sem sal. Pra quem gosta, foi legal. Minha mãe já viu diversas vezes. Vai entender.

Nota: 3

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lady Gaga quer mais do que ser a próxima Madonna!

Quando escutei pela primeira vez a música nova da Lady Gaga, "Alejandro", achei idiota. Fica repetindo várias vezes o nome do cara. Depois, com o tempo, como costuma acontecer, acabei me acostumando e gostando da música. Ao prestar mais atenção nela, notei uma leve semelhança no estilo Madonna de cantar e dos acordes. Mas, a tacada final foi quando assisti ao clip. Poxa, tinha como ser mais óbvia? É Madonna do começo ao fim! Fui assistindo e vendo as semelhanças. Descaradas. Depois fiquei até sabendo que deu um auê entre as duas por esse motivo. Se inspirar é uma coisa, copiar é outra completamente diferente. 

Para visualizar melhor, dei um print em uma montagem que fizeram e colocaram no youtube, comparando os clipes do "Alejandro" com outros da Madonna:
As fotos ficaram pequenas, clique nelas para ver maior: Cena do começo do clipe. A primeira tela é sempre de clipes da Madonna, o segundo, da Lady Gaga.

Dançando a mesma coreografia. Primeiro Madonna, depois Gaga.

Mesma coisa da foto acima.

Ambas engolindo coisas estranhas.

Cantando com o cenário atrás pegando fogo.

Sentadas sexy, fumando.

Sem maquiagem e com roupa cor de pele.

Preto e branco, agarrando e sendo agarradas por homens na cama.

Vista de cima, dançando com homens.

Cantando meio que rezando... é Gaga, explica isso!

Até rolou um "fight" entre as duas no Saturday Night, mas era encenação...será que foi antes ou depois do clip infame?

Para tirar o climão do post, tem bonequinhas das duas de papel, parar colocar roupinhas, não é fofo? rs


E pra terminar, elas até sairam juntas com a Amy Winehouse, no gibi da Mônica, isso que é moral! Ou não.

domingo, 13 de junho de 2010

Assista: Capitu!

 Casal da obra "Dom Casmurro", Bentinho e Capitu.
Capitu foi uma microssérie brasileira, exibida pela Rede Globo em dezembro de 2008, com cinco episódios de mais de meia hora cada,  com direção geral e de núcleo de Luiz Fernando Carvalho. A produção foi uma homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis, autor do romance no qual a série se baseia, "Dom Casmurro". Devido a problemas com orçamento, a história se passa no prédio do Automóvel Club do Brasil, no centro do Rio. Que fique aqui, para constatação futura, que amei o lugar. É o tipo de imóvel que eu gosto de sair pela cidade para fotografar. Prédio antigo e esquecido, que serve de cenário, tanto para cenas internas quanto externas. Lembro-me de que, quando foi ao ar em 2008, eu não consegui acompanhar, já que saía toda noite, e ao chegar em casa, o episódio já tinha chegado ao fim. Baixei recentemente para poder assistir seus detalhes, e confesso não ter me arrependido.
Capitu na fase adolescente e fase adulta. Letícia Persiles e Maria Fernanda Cândido, respectivamente.
Não sei se aguém conseguiu passar a adolescência sem ter lido essa obra, já que geralmente, ela é obrigatória em quase toda as escolas. Lembro-me de ter que ler, obrigada é verdade. Nessa época eu achava que livros como esse eram complexos, devido a linguagem, e eu não ia muito além do que estava escrito. Lembro de ter gostado do livro "O cortiço", mas é difícil encontrar quem tenha gostado, pelo menos quando leu nessa época. Lembro-me ainda da descrição dos olhos de Capitu, como "olhos de cigana oblíqua e dissimulada" ou "olhos de ressaca". Foi realmente um marco na literatura brasileira, e concordo com a forma de passá-la para as nossas telinhas. Já foi retratada em peças, e filmes, onde a própria Maria Fernanda Cândido encenou pela primeira vez a personagem marcante, Capitu. Escolha bem feita, ela realmente tem olhos de cigana oblíquoa.
 Capitu e Bentinho conversando no "portão".
A história começa como no livro, com Bento de Albuquerque Santiago, (Bentinho na infância e Dom Casmurro mais tarde, que como ele mesmo descreve no livro, "...casmurro, é um homem calado e metido consigo..."), que sofre com a promessa de sua mãe, que ao perder o primeiro filho, faz uma promessa que se o seu segundo filho "vingar", ele seria padre. Apaixonado por sua vizinha, uma garota simples e realmente dissimulada, Capitolina, mais conhecida como Capitu, o convence a persuadir o agregado de sua mãe, a ajudá-lo a não seguir a vida católica e assim ficando os dois juntos. São apenas crianças, com seus quinze anos, mas que vivem um amor inocente.
 Prima Justina, José Dias e Dona Glória.
Como convencer uma viúva carola que seu filho não seguirá a vida católica? Com muito jeito, José Dias, agregado que fôra antes advogado de seu pai, vai fazendo aos poucos a cabeça de Dona Glória. Na casa moravam Dona Glória, uma viúva com seus quarenta anos, seu irmão, Tio Cosme, viúvo e sua prima Justina, também viúva. Vivam eles de aluguel de casas e terras, e possuíam boa vida. No dia que Bentinho segue para o seminário, faz uma promessa para Capitu, e ela para ele, de que só se casariam um com o outro, e mais ninguém.
 Michel Melamed, como Bentinho, já na fase Dom Casmurro. Quieto, metido consigo.
A narrativa é toda contada por um Bentinho amargo, solitário e rancoroso, como no livro. Ele entra em suas próprias lembranças e dá sua opinião sobre cada situação que ele mesmo vivera no passado. Aliás, nao posso deixar passar esse parágrafo sem antes parabenizar o ator Michel Melamed, por sua ótima atuação e narração. Perfeito!
 Pierre Baitelli como o amigo Escobar.
No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Sousa Escobar, mais conhecido como Escobar. Se tornam grandes amigos. José Dias consegue convencer Dona Glória a tirar Bentinho do seminário e seguir a carreira de advogado. Após anos fora, Bentinho volta já homem formado e casa-se com Capitu. Escobar casa-se com Sancha, melhor amiga de Capitu. Seguindo bem a vida, Escobar tem uma filha com sua esposa, e dá-lhe o nome de Capitolina, homenagem a Capitu. Bentinho se vê atormentado por ainda não ter filho. Um dia vai sozinho à uma peça, mas volta antes de acabar. Surpreende então, quase saindo de sua casa, seu amigo Escobar, que queria lhe falar, mas acha melhor deixar para outro dia. Ao subir ao quarto, Capitu que havia dito estar passando mal, estava bem. Desconfianças a parte, algum tempo depois Capitu tem um filho, a quem dão o nome de Ezequiel, retribuindo a homenagem a Escobar. 
 Bento e seu filho Ezequiel. O pequeno Fabrício Reis que interpreta o pequeno Ezequiel. Já o elogiei pelo papel no filme "Feliz Natal".
Bentinho que já havia se mostrado ciumento desde criança, começa a reparar semelhanças entre seu filho e seu amigo Escobar. Capitu alega que são apenas manias de crianças de imitar as pessoas mais próximas, apesar das semelhanças também serem físicas. Em um jantar, Escobar diz ter uma surpresa, e sua esposa Sancha conta a Bento que seu marido planeja uma viagem a europa, para todos os quatro. Sancha demonstra algo que faz com que Bento se sinta culpado por sentir atração pela esposa de seu amigo. Na manhã seguinte, Escobar morre nadando na praia. Durante o funeral, Bento sente mais ciúmes ao ver o olhar de Capitu para Escobar, falecido em seu caixão. Após esses fatos, ele acaba se afastando de seu filho, e chega ao absurdo de gritar ao menino que não era seu pai. Capitu não nega, nem confirma ao ser confrontada por Bento, de que Ezequiel era filho de Escobar. Ela tem a idéia de ir até a Suécia, e lá permanece até a sua morte. Ezequiel acaba retornando para morar com Bento, que se choca ao vê-lo já crescido, e como se parecia com Escobar. Bento se manteve afastado de seu filho, que decidiu viajar com colegas, e durante a viagem acabou morrendo. Tio Cosme e sua mãe também já haviam falecido, e não lembro de ter mencionado o que acontecera a prima Justina, mas Bentinho, ou Dom Casmurro, acaba sozinho, imaginando o que teria acontecido, mas não tendo certeza alguma dos fatos. 
Os cenários também são uma obra prima. Mesmo que o local não seja um grande teatro, as cortinas, os móveis, as músicas, tudo é muito teatral, poético posso assim dizer. Com Black Sabath, Janis Joplin e Marcelo D2 na trilha, entre outros, vemos uma salada musical que deu muito certo. Ainda temos a música tema, "Elephant Gun", da banda americana Beirut, que é linda. Existe também a cena em que estão em um baile, e logo na entrada recebem ipods. Misturando roupas e costumes do século XIX, e coisas da atualidade, que são inseridas na produção. Como no começo, onde se explica o porque do apelido de Dom Casmurro, que se passa dentro de um metrô. A cena em que mostra Escobar nadando, o mar é retratado com tecidos que sobem e descem, algo bem teatral. A atriz que faz Capitu na juventude, é vocalista de uma  banda, que também toca na trilha, e foi encontrada durante um show. Ela poussuí uma tatuagem no braço, que não foi escondida durante as gravações, e ainda a reproduziram no braço de Maria Fernanda Cândido. A microssérie é mesmo apaixonante. Não imagino que alguém possa não ter gostado. Lindo como uma obra clássica, recomendo que você assista, e espero que goste como eu gostei. Ótimos atores, ótimo texto, ótimos figurinos e ótimas locações, tudo isso torna a microssérie ótima. Fiquei com vontade de reler a obra, hoje mais madura. Fiquei com vontade até de ver uma peça do Dom Casmurro. Ganhou diversos prêmios. Merece! Será que não rola essa peça aqui em Ribeirão Preto? Quem sabe rola. Obrigado Globo, às vezes vocês dão bola dentro! =D

Nota: 10