sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Apple!


Gostaria de lhes apresentar uma pessoa que volta e meia estará por aqui. Seu nome é Apple, uma personagem de um conto meu que não foi adiante, mas tenho muita simpatia por ela, e postarei aqui alguns de seus textos:

Diamantes
" Compre um diamante! Visite seus pais! Seja normal!Quem não quer? Importa se alguém não quiser ser? Apple acorda todos os dias desejando que o mundo tenha mudado, que não seja feio não decorar datas de aniversário, que não haja problemas em não devolver a pergunta "como está você?".
Há problema em não ter interesse pela vida alheia? Apple acorda hoje pensando em quantas mentiras ela terá que contar até o dia terminar. Marcou de sair com as amigas porque essas não paravam de insistir em "curtir a noite". Ou elas saíam, ou iríam em sua casa. Fingir na rua ela consegue, em casa não. Elas cobram que ela faça mais parte de suas vidas...
Para Apple basta saber que elas estão vivas e bem. Se não estiverem, para tudo existe remédio. Ela não é fria, ela só não gosta de futilidades. Para coisas importantes, atenção. Para frivolidades, descaso.
Mas não basta querer um anel de diamante para ser normal. Se você não gosta de jóias: estranho. Se não liga para os amigos: estranho. Se não fala frases prontas quando encontra pessoas que não vê a muito tempo, como "e ae, como vai? Casou? Fez faculdade? Tá trabalhando na sua área?": estranho.
Se Apple fizer tudo o que um normal faz, ela estará fingindo, e não é ato de fingir que é estranho? Ela veste sua máscara de sorriso, já que se você não sorri, é sinal de algo errado, e todos virão lhe perguntar o que há! Ela não estará disposta a responder, e lá vai ela fingir: está tudo bem!
Ela passa seu baton, escolhe a sombra dos olhos de acordo com a roupa que separou. Após o café, vai até o estacionamento. Respira fundo e diz para si mesma: Vamos lá!
Todo dia é uma atuação, uma diferente da outra. Cada dia Apple descobre novas máscaras, e ela nem sabe mais qual é o seu verdadeiro rosto. Talvez só quando está em casa, sozinha, quieta, que ela é ela mesmo. Não está quieta porque está triste, só está querendo paz.
No fundo Apple sabe que só está esperando o circo voltar na cidade, para rir de verdade.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Assistir, ou não assistir, eis a questão: Dancer In The Dark


O filme é sobre: Uma jovem operária se vê em dificuldades devido à sua frágil saúde e precisa juntar dinheiro para pagar a operação de seu filho. Ela tem um vizinho mão boba que só vê a oportunidade de usar seu dinheiro. Ela tenta de tudo para que seu filho não acabe ficando cego como ela. Lançado em 2000.

Tentei ver esse filme por mais de três vezes, e não conseguia sair dos primeiros 15 minutos. Tomei coragem e quase dois meses depois consegui vê-lo inteiro. Não posso dizer que tive raiva ao vê-lo até o final, mas posso dizer que o filme me surpreendeu. Imaginei que além dos motivos que descreverei abaixo, o enredo e a atuação de Björk me decepcionaria muito. Terminei o filme chorando feito um bebê, coisa muito, mas muito rara mesmo de acontecer. Leia abaixo alguns motivos que escrevi quando só havia assistido 15 minutos e depois direi a minha conclusão do filme.

Três motivos para não ver esse filme (ou ficar com pé atrás para se ver):
1- Tem vários estúdios, de diversos países, o que me faz pensar se o filme é muito bom ou ruim;
2- Os enquadramentos e a gravação em si é bem diferente, lembra algo de "A Bruxa de Blair" e não é uma lembrança boa. Enquadramentos e seqüências que parecem terem sido gravadas com câmeras amadoras;
3- Tem a Björk no filme! Só esse item já valeria para não ver o filme, mas como eu gosto de coisas que geralmente ninguém gosta, eu me arrisquei a assistir, mesmo que tivesse a Björk, porque curto sua música louca. Ela poderia nos surpreender, ter uma boa atuação, mas não é o que aparenta (primeiros 15 minutos), nem para mim nem para os muitos que criticaram esse filme. Ela mesmo, depois de terminar as gravações, disse que nunca mais faria um filme, mas não sei se disse isso por perceber que é medíocre na atuação ou porque brigou com o diretor...vai saber!
Sinceramente? A atuação dela não foi medíocre, o personagem que tem uma inocência tão grande que chega a irritar. Mas indico para quem ficou curioso, e para quem nunca chora em filme, esse talvez mude a sua percepção nos últimos 30 minutos de filme!

Apesar de ser um musical, e eu não gostar muito de musicais, acredito que as melhores partes são as que Björk canta e dança. Quando estão na linha de produção, Björk faz música com sons da fabrica. É a hora em que você sai da monotonia do filme, que só tem um ritmo, e entra em algo mais alegre. Os quarenta minutos ate o musical se arrastam, a partir dele passam mais rápidos.

Outro fato a ser encarado, são duas horas e vinte e quatro minutos, é ter paciência, lembre-se, começa a ficar interessante a partir dos 40 minutos...

Nota: 7